terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Instável Ao Luar - Metamorfoses de Um Selvagem

   Não consigo combater o luar, tento resistir-te mas o selvagem apodera-se vorazmente de mim a cada instante… faminto, ele invadiu o teu corpo ferozmente, devorou cada pedaço de ti sem controlo, não consegui pará-lo. Ele queria-te e tu não o rejeitaste, nem ofereceste a mínima resistência. Deixaste-te tornar numa presa indefesa nas mãos daquele instável estranho, caíste nos seus braços, naquelas garras que cobiçavam a tua pele… apoderou-se do teu corpo. 
   O sangue fervilhava em todos os seus músculos quando invadiu esmagadoramente o teu físico delicado. Entrou dentro de ti destruidoramente e sem piedade da tua fragilidade… tu deste-lhe o que ele queria, moveste-te como ele impacientemente ansiava. A violência com que te desfrutava fez-te querer mais. Sonhavas com aquilo noite após noite e agora o animal encontrou-te e tornou-se real, dominava-te e tu obedecias como um ser indefeso à espera das suas ordens.
   O que o seu ego pedia tu davas a dobrar com prazer e ele delirava com a obsessão que percorria a sua cabeça - a imagem do teu corpo quente e húmido que ele rasgava, que tomava como seu. Satisfazias todos os seus pedidos ordinários e sexualmente corporais … gemias deliradamente enquanto te possuía, gritavas eroticamente pedindo mais e mais do que tinha para dar.
   O monstro saciava a sua sede enquanto os suores se fundiam e transbordavam satisfação. Arqueavas as pernas quando se lançava contra ti, agarrando os teus seios, mordiscando deliberadamente cada curva da tua carne ardente que evocava o seu toque. O êxtase apoderava-se do seu corpo enquanto te pegava forçadamente pelas coxas e erguia-te no seu colo.
   Enraizaste as pernas na sua cintura sentido cada pedaço musculado do seu corpo. Ele empurrou-te vezes sem conta contra o sexo endurecido. Com sofrimento cravavas-lhe as unhas nas costas e arrancavas dolorosamente os seus cabelos… enquanto o fazias, gozavas de prazer o que o fez deplorar de contentamento. O fim aproximava-se, largaste o seu couro e brandamente derramaste a última onda de orgasmo que fluía no teu corpo, deitado sobre ti, o selvagem gotejou os últimos fragmentos da sua loucura.

Ângelo Carvalho
20.05.10

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